Professores exaustos
“Esta percentagem fica um pouco acima dos números habituais registados
nos outros países, que rondam os 15 e os 25%”, sublinhou a psicóloga
clínica e investigadora do ISPA responsável pela coordenação do estudo,
Ivone Patrão.
A maior parte dos docentes em burnout são mais velhos, têm um vínculo à
função pública e dão aulas no ensino secundário, acrescentou a
responsável, explicando que a média de idades dos inquiridos é de 49
anos. O estudo hoje divulgado revela ainda que existem entre 20 a 25% de
docentes que sofrem de stress, ansiedade e depressão.
“O bem-estar dos professores é considerado essencial para o sucesso de
todo o projeto educativo. Tendo em conta todas as mudanças sociais e
políticas, o burnout começa a ser um problema social de extrema
relevância”, sublinhou a especialista, lembrando que este problema
representa exaustão emocional e falta de realização profissional.
Risco para a relação com alunos
A psicóloga salienta o facto de todos estes
docentes estarem no ativo quando responderam ao inquérito, o que
representa um risco muito elevado com a relação que se estabelece com os
alunos e com a aprendizagem.
O burnout afeta não só o professor, mas também o contexto educacional,
uma vez que o mal-estar sentido pode originar problemas de saúde, perda
de motivação, irritabilidade, aumento dos níveis de absentismo e
abandono da profissão, o que pode interferir na realização de objetivos
pedagógicos.
estes professores “não se sentem satisfeitos com o seu trabalho nem
com o sistema educativo tal como ele estava quando foram inquiridos”.
Para a especialista, falta formação continua e oferta formativa que
permita aos docentes ter ferramentas para saber como lidar com situações
de conflito em sala de aula.
Segundo a investigadora, estes professores “não se sentem satisfeitos
com o seu trabalho nem com o sistema educativo tal como ele estava
quando foram inquiridos”.
O estudo foi feito numa altura em que se registaram algumas mudanças
tais como a avaliação de professores, o aumento de alunos por sala de
aula ou o aumento da idade de reforma.
Ivone Patrão sublinha que os resultados do estudo não são
representativos da realidade que se vive entre os docente, mas pela sua
experiência clinica “é possível perceber que o burnout é uma prática
constante”.
O estudo será apresentado hoje na Assembleia da República, durante a
conferência levada a cabo pela Federação Nacional de Professores
(FENPROF), que assim pretende denunciar este problema, apontando causas e
consequências e apresentando propostas para a sua resolução.
referencia:
https://www.dinheirovivo.pt/carreiras/estudo-30-dos-professores-sofrem-burnout/
Trio Simone Franciny, Marcio Luiz e Marcia Leandrs
É preciso mesmo que os especialistas tenham continuamente uma formação que dê ferramentas para enfrentar essa situação de conflitos e ou insatisfações. Mudanças são necessárias: rever o quantitativo de alunos em sala, as práticas curriculares, melhoria nos espaços escolares, por exemplo. A categoria precisa se unir para lutar por mudanças necessárias e inevitáveis.
ResponderExcluirGRUPO: Joseli Lopes, Maria Lúcia Amaral e Veronica Spineli
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