

O diagnóstico leva em conta o histórico
do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho. O tratamento
pode ser feito com o uso de antidepressivos e psicoterapia, e até mesmo, com
atividade física e exercícios de relaxamento.
Abaixo está uma entrevista feita por
Nayaro Spessato para o site O DIÁRIO com a professora Soraia Nunes Marques,
escritora de um livro sobre a Síndrome de Burnout, contando suas experiências e
algumas coisas sobre o livro.
ENTREVISTA: PROFESSORA ESCREVE LIVRO SOBRE A
SÍNDROME DE BURNOUT
1.
O DIÁRIO NA ESCOLA: De onde surgiu o interesse pela pesquisa sobre o mal-estar docente?
Soraia Nunes Marques: Grande parte deste trabalho teve origem
na disciplina de Prática de Ensino, do curso de Pedagogia, durante a fase de
estágio nas escolas. Durante as minhas observações um fato me chamou a atenção.
Percebi em alguns professores certa apatia em relação ao fazer pedagógico.
Entravam na sala de aula, aplicavam a atividade e se afastavam apressados, como
se quisessem fugir dali. Este tipo de atitude me incomodou e me fez perguntar
se a vida profissional que eu aspirava, seria “aquilo” que eu estava
presenciando.
2.
O DIÁRIO NA ESCOLA: A sua pesquisa resultou na produção de um livro. Quais os principais
aspectos abordados na obra?
Soraia Nunes Marques: Na
primeira seção é possível ver uma retomada histórica sobre o conceito de
felicidade, desde a antiguidade até os dias atuais. No capítulo seguinte há uma
discussão sobre o dia-a-dia do professor focalizando a síndrome de Burnout como
expressão do mal-estar docente. Em seguida, comento sobre a relação entre a
saúde do educador e suas emoções. Por último, procuro definir conceitos e
propor ao docente a posse do conhecimento para que possa ter uma visão crítica
e reflexiva de si mesmo e do mundo em que vive. Destacando que a alegria no
trabalho não é dádiva dos céus, esta exige esforço, coragem e dedicação.
3.
O DIÁRIO NA ESCOLA: Nas palestras que realizou sobre o tema de seu livro, como foi a participação
dos professores?
Soraia Nunes Marques: Costumo
questioná-los se são felizes, neste momento eles respondem que como pessoas, o
são, mas como professores não têm condições de o serem. É como se fossem duas
vidas e uma não tivesse conexão com a outra. Pessoas fragmentadas, numa
sociedade dividida, profissionais que durante a formação aprenderam conteúdos
incomunicáveis apresentados por professores especialistas. Estes fatores me
inspiram a continuar meu trabalho, na esperança de que com educadores mais
satisfeitos, menos frustrados e mais respeitados, sintam-se felizes.
4. O DIÁRIO NA ESCOLA: O que mais tem afligido os profissionais da educação atualmente?
Soraia Nunes Marques: Os métodos de ensino têm passado por
sucessivas mudanças, tanto técnicas como estruturais. Muitos são os “pacotes”
recebidos de cima, mas maiores ainda são as dúvidas dos docentes frente às
chamadas “inovações”. Na cobrança para a utilização da nova proposta urgente, o
que resta é ensinar do jeito que se entendeu, do jeito que der. O professor se
depara também com a necessidade de desempenhar vários papéis, muitas vezes
contraditórios, pois ao mesmo tempo em que se exige dele a estimulação da
autonomia do aluno, pede-se que se acomode às regras do grupo e da instituição.
Há pressões de todos os lados que podem suscitar efeitos colaterais, não
anunciados nos contratos de trabalho.
5. O DIÁRIO NA ESCOLA: A indisciplina dos alunos pode ser responsável pelos vários casos de
professores constatados com a síndrome de Burnout?
Soraia Nunes Marques: Com certeza. A falta de comportamento do
estudante em sala de aula resulta em um educador sobrecarregado, exausto,
estressado que acaba dando aulas cansativas e antiquadas, gerando alunos
desmotivados, desinteressados e por consequência, ainda mais indisciplinados. A
união desses fatores tem diminuído a capacidade de tolerância e o autocontrole
do docente, e assim, surgem conflitos na relação professor-aluno. Com a falta
de ordem cada vez mais presente na vida escolar, e os educadores não sabendo
lidar com ela, assim como também não sabem lidar com o Burnout, o que resta é
um problema universal.
6. O DIÁRIO NA ESCOLA: Como os educadores percebem que estão sofrendo de Burnout?
Soraia Nunes Marques: O diagnóstico da síndrome é muito
difícil, pois ainda não se tem instrumentos válidos e postos à disposição da
comunidade médica. Muitas vezes a pessoa pode ser acometida da doença e não
apresentar os sintomas do Burnout. Parte dos professores são afastados do
trabalho e os fatores geralmente alegados são o estresse e a depressão.
Psiquiatras afirmam que hoje a doença já atinge de 30 a 40% da categoria.
Muitos são os profissionais que estão adoecendo e ainda estamos longe de saber
exatamente como lidar com isso.
7. O DIÁRIO NA ESCOLA: Ao seu ver, como deveria ser o “ensinar” dentro das escolas?
Soraia Nunes Marques: Ensinar é um ato criador, um ato crítico
e não mecânico. A curiosidade do professor e dos alunos, em ação, se encontra
na base do ensinar-aprender. Esta proposta requer incentivo por parte do educador,
pois o convida a sair da visão limitada. Requer disposição para ser agente
transformador de uma sociedade. Requer, também, que o professor realize este
ensinar satisfatoriamente e não apenas reproduza o ensino por meio de conteúdos
incomunicáveis.
8. O DIÁRIO NA ESCOLA: Qual a sua esperança para o futuro da educação no Brasil?
Soraia Nunes Marques: Somos sempre movidos pela esperança.
Prefiro acreditar que a atual situação de desânimo e mal-estar docente não é o
fim. Pelo contrário, é um recomeço, uma possibilidade de olhar por outro ângulo
e enxergar saídas. Pensar em transformar uma realidade que avalio como injusta
e perversa, e fazer com que esse pensamento ilumine a prática. Infelizmente,
nos últimos tempos, a cultura parece algo abstrato e distante demais. Prova
disso são os intermináveis cursos de capacitação, nos quais muitos professores
vão apenas para assinar a lista de presença e cochilar nas cadeiras. Esta realidade
precisa ser mudada, urgente.
Fontes:
Trio: Ilana, Laura e Rachel
Percebemos que está Síndrome vem de uma série de problemas anteriores, que geram um alto nível de estresse, explodindo nesta doença que muitas das vezes é difícil para as pessoas reconhecerem e os médicos diagnosticarem. É como se fosse a última gota d'água que faz o copo entornar. É preciso se cuidar, ter autoestima elevada, não levar a vida tão à sério, brincar e se divertir mais.
ResponderExcluirTodo a violência e estresse da vida contemporânea faz com que os profissionais como nós, educadores, que trabalham diretamente com a vida das pessoas, sofram e absorvam os seus problemas. Uma das mudanças para a melhoria da educação deve levar em consideração também o bem estar dos profissionais que atuam nessa área.
ResponderExcluirGrupo: Aracy Santos, Cristiane Martins e Maria Cecília Paixão.
Meninas, acredito em cada um dos fatores expostos. Mas, o que eu mais deixo claro e afirmo sem receio de dizer: é que a felicidade entre vida pessoal e profissional PRECISAM caminhar juntas . Ao adentrarmos na escola precisamos deixar nossos problemas no portão. Mas, nem por isso estaremos fragmentados. Apenas, aprendendo a separar uma coisa da outra.
ResponderExcluirO encontro entre o quer, gostar, viver, amar e acreditar... ajudam na construção da qualidade de vida que precisamos.
Sabendo que os problemas realmente existem e sem demagogia ou hipocrisia, não podemos esperar do outro aquilo que nós precisamos nos oferecer.
Como louca, busco satisfação em tudo o que faço. E acredito não ter um dialogo diferente com as pessoas, em geral, ao meu redor. A vida é breve, curta e única.
Amo o que faço, não quero e nem tenho pretensão de ser perfeita. Assumo meus erros e acertos. Dentro do que acredito ser pertinente, busco conhecimento para melhorar minha atuação.
Acredito no meu grupo, digo trio, Cristiane Martins, Aracy Santos e Eu, é claro! E sei que no que depender dos nossos ideais, a pedagogia estará transformando cada vez mais as pessoas.
Essa matéria por si só já nos diz tudo que enfrentamos dentro da escolas. cobranças e cobranças. Indisciplinas e mais indisciplina. Inovações em cima de inovações e o professor exausto. Querendo feriados em cima de feriados por quê? Será que não ama mais a profissão? Não mas se sente cansado, sem estimulo, pouco valorizado e é tanta pressão que muitas vezes acredita mesmo que é culpado pelo "fracasso" dos alunos. Eu tenho algumas amigas que sofrem desta síndrome.
ResponderExcluirTrio: Carla, Leonardo e Thais
Essa matéria por si só já nos diz tudo que enfrentamos dentro da escolas. cobranças e cobranças. Indisciplinas e mais indisciplina. Inovações em cima de inovações e o professor exausto. Querendo feriados em cima de feriados por quê? Será que não ama mais a profissão? Não mas se sente cansado, sem estimulo, pouco valorizado e é tanta pressão que muitas vezes acredita mesmo que é culpado pelo "fracasso" dos alunos. Eu tenho algumas amigas que sofrem desta síndrome.
ResponderExcluirTrio: Carla, Leonardo e Thais
Essa matéria por si só já nos diz tudo que enfrentamos dentro da escolas. cobranças e cobranças. Indisciplinas e mais indisciplina. Inovações em cima de inovações e o professor exausto. Querendo feriados em cima de feriados por quê? Será que não ama mais a profissão? Não mas se sente cansado, sem estimulo, pouco valorizado e é tanta pressão que muitas vezes acredita mesmo que é culpado pelo "fracasso" dos alunos. Eu tenho algumas amigas que sofrem desta síndrome.
ResponderExcluirTrio: Carla, Leonardo e Thais
É interessante saber que todo o tempo nos deparamos com pessoas com síndrome de Bournout. Os profissionais estão todo o tempo apresentando problemas e pedindo ajuda por não saberem o que fazer mais.Nas salas de aula, os professores se deparam com alunos indisciplinados por não terem uma educação familiar. São crianças desestruturadas que querem ajuda de alguma forma. O professor se vê em situação delicada, onde é preciso saber o que fazer para ajudar o seu aluno a responder tais propostas apresentadas nas escolas e por algumas vezes nos deparamos com professores estressados por não conseguirem atingir seus objetivos. Essa é uma questão que devemos refletir sempre e procurarmos encontrar soluções cabíveis para resolver os problemas.
ResponderExcluirVejo pessoas com essa síndrome constantemente.
Trio:Aracy Santos, Cristiane Martins e Maria Cecília Paixão
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEsta síndrome nada mais é do que o esgotamento físico causado pelo alto grau de estresse ocasionado pelas cobranças do dia-a-dia. Muitos professores trabalham sem um devido apoio orientacional para auxiliar na sua rotina, nos deparamos com diversas histórias em sala de aula, muitas de nossos alunos precisam de apoio pois vem de uma família desestruturada aonde não encontram o suporte necessario para o seu desenvolvimento. Antigamente o professor tinha a função de ensinar hoje ele acumula a função de educar porque muitas crianças chegam pra eles sem base familiar, mas esse acumulo somado com a desvalorização do seu trabalho ocasiona um esgotamento fisico desenvolvendo essa síndrome
ResponderExcluirMarcia Leandra